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terça-feira, 22 de março de 2011

CARACTERÍSTICAS DOS AGENTES BIOLÓGICOS DE DOENÇA

Prof. Francisco Baptista

São agentes biológicos de doença todos os seres vivos não vertebrados capazes de se desenvolver no organismo hospedeiro e daí resultar prejuízo para este. Esse prejuízo pode ser funcional ou estrutural. Os agentes biológicos de doença podem ser classificados em infecciosos e infestantes. Os primeiros podem ser vírus, bactérias, fungos ou protozoários e exercem a sua ação deletéria multiplicando-se na intimidade dos tecidos e órgãos dos hospedeiros. São agentes infestantes os helmintos, ácaros, piolhos e insetos capazes de
colonizar na superfície corporal ou nas mucosas e aí exercerem ação patogênica direta ou indireta (como veiculadores de agentes infecciosos - vetores). A capacidade dos agentes biológicos provocarem doença depende dos seguintes fatores:

1. Resistência do hospedeiro;
2. Dose e via de penetração do agente biológico;
3. Infectividade (capacidade de multiplicação do agente no hospedeiro);
4. Patogenicidade (capacidade de o agente provocar doença clínica) – uma patogenicidade de 25% significa que 25 em cada 100 indivíduos infetados desenvolvem sinais ou sintomas da infecção;
5. Virulência - medida da patogenicidade, se expressa pela quantidade mínima capaz de provocar efeito (doença ou morte) em 50% dos animais de experiência; se o efeito for a morte designa-se por DL50 – Dose Letal 50.  A letalidade denota assim a proporção de mortes entre os doentes. 

A persistência de uma infecção ou infestação depende não só da capacidade do hospedeiro se defender, mas também da possibilidade do agente alterar as suas características e tornar inativas as defesas específicas do hospedeiro. Vários agentes (vírus e protozoários) têm essa habilidade, o que lhes permite tornar ineficaz o sistema imunológico do hospedeiro. 

Os agentes biológicos de doença e partes ou produtos seus têm ainda duas outras características: a de induzirem resposta imunológica (imunogenicidade) e de reagirem especificamente com anticorpos ou células imunocompetentes produzidos sob sua indução (antigenicidade). A imunogenicidade está associada ao peso molecular, complexidade estrutural e natureza estranha dos agentes relativamente aos constituintes dos organismos afetados. Geralmente as proteínas, com estrutura complexa e com elevado peso molecular, são bons imunógenos. Já a antigenicidade é atribuída a constituintes superficiais de macromoléculas e governam a especificidade da reação antígeno-anticorpo. Estes constituintes, por si sós, não induzem resposta imunológica e, por isso, são ditos haptênios ou “meios antígenos”. 

Bibliografia
 
1. FORATTINI, Oswaldo Paulo. Epidemiologia Geral. 2ª Ed. Depto de Epidemiologia: Faculdade de Saúde Pública – USP. Editora Artes Médicas, 1996.
2. LESER, Walter. et al. Elementos de Epidemiologia Geral. São Paulo – Rio de Janeiro – Belo Horizonte: Editora Atheneu, 1997.
3. SAÚDE, Ministério da. Estudos Epidemiológicos. Ed. Única. Fundação Nacional da Saúde – Vigilância Epidemiológica. Agosto/2000
4. PEREIRA, Mauricío Gomes. Epidemiologia: Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A.,2001.
5. ROUQUAYROL, Maria Zélia. et al. Epidemiologia e Saúde. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Medsi, 1999.
6. JEKEL, James F. et al. Epidemiologia, Bioestatística e Medicina Preventiva. 1ª Ed. Porto Alegre: Editora Artmed S.A., 2002.

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